Nota do Blog: Apesar de estar integralmente apresentado. Esse livro ainda não está totalmente formatado nesse blog, para uma leitura mais prazerosa.
CARO AMIGO: Caso você tenha gostado do livro e tenha condições de comprá-lo, faça-o, pois os direitos autorais são doados.
Muita Paz
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER – EMMANUEL
PREFÁCIO
Prezado Leitor,
É possível consideres chocante o título deste livro, escrito com a finalidade de satisfazer
às solicitações de numerosos amigos.
* * *
Não temos, porém, aqui quaisquer indicações para a conquista do dinheiro fácil, nem
mapa capaz de localizar determinada maneira de fortuna.
* * *
Existem livros e livros, orientando os serviços diversos, indispensáveis à administração
da moeda que surge, em todas as regiões do mundo, por símbolo do poder aquisitivo,
entretanto, o nosso volume despretensioso se refere unicamente à aplicação dos recursos
financeiros, no câmbio do amor ao próximo.
* * *
Pedimos vênia para reportar-nos ao dinheiro que se faz dínamo do trabalho e da
beneficência.
* * *
Não desconhecemos que na base do dinheiro é que se fazem os aviões e os arranhacéus,
no entanto, é igualmente com ele que se consegue o lençol para o doente
desamparado ou a xícara de leite para a criança desvalida.
* * *
Para quantos procurem compreender o assunto em foco, trocando a moeda pelo pão
destinado a socorrer as vítimas da penúria ou permutando-a pelo frasco de remédio para
aliviar o enfermo estirado nos catres de ninguém, reconhecerão todos eles que o dinheiro
também é de Deus.
EMMANUEL
Uberaba, 15 de janeiro de 1986.
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1 - Dinheiro
O dinheiro não compra o Céu, mas pode gerar a simpatia na Terra, quando utilizado nas
tarefas do Bem.
* * *
Não paga a boa vontade, entretanto, semeia o benefício e o contentamento de viver, se
nossa alma permanece voltada para a Divina Inspiração.
* * *
Não tem valor para o câmbio, depois da morte, contudo, é sustentáculo do progresso
geral, se nosso espírito está centralizado nos objetivos de elevação.
* * *
Não é fator absoluto de alegria ou de felicidade, mas pode ser o remédio ao doente, a
gota de leite à criancinha desamparada, o teto ao velhinho relegado ao frio da noite, o
socorro silencioso ao peregrino sem lar.
* * *
Não é gerador de luz, entretanto, pode estender a fonte de idéias de consolação e de
amor, em que muitas almas sequiosas de paz se dessedentam.
* * *
Não é a base da harmonia, mas, em muitas ocasiões, consegue devolver a tranqüilidade
a corações paternos desalentados e a ninhos domésticos infelizes, toda vez que os
nossos sentimentos se inclinam parara a verdadeira solidariedade.
* * *
Não permitas que o dinheiro te tome o coração, usando-te a vida, qual despótico senhor e
sim conduzamo-lo, através da utilidade, do entendimento e da cooperação, sob os
imperativos da lei de fraternidade que nos reúne.
* * *
Não nos esqueçamos de que Jesus abençoou o vintém da viúva, no tesouro público do
Templo e, empregando o dinheiro para o bem, convertamo-lo em colaborador do Céu em
todas as situações e dificuldades da Terra.
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2 - ESTUDANDO O DINHEIRO
Não é a autoridade que solapa a elevação da alma . É o abuso do poder
* * *
Não é a inteligência que destila o veneno intelectual. É a maldade com que a
mobilizamos.
* * *
Não é o tesouro verbalístico que abre feridas naqueles que nos ouvem. É o modo com
que arremessamos o estilete da palavra.
* * *
Não é a beleza da forma que gera o fel do desencanto. É a vaidade com que
malbaratamos no desequilíbrio.
* * *
Assim também não é o dinheiro que nos condena aos processos da angústia. É a nossa
maneira de empregá-lo, quando nos esquecemos de facilitar a corrente do progresso,
através da ação diligente na fraternidade e do devotamento ao bem, com que nos cabe
colaborar no engrandecimento do trabalho e da vida.
* * *
O ouro com Jesus é bálsamo na úlcera do enfermo, é gota de leite à criança desvalida, é
remédio ao doente, é agasalho aos que tremem de frio, é socorro no lar sitiado pelo
infortúnio, é assistência aos braços que suplicam atividade digna, é amparo aos animais e
proteção à natureza.
* * *
O cofre forte nas garras da sovinice é metal enferrujado, suscitando a penúria, mas um
vintém no serviço de Jesus pode converter-se em promissora sementeira de paz e
felicidade.
* * *
Não amaldiçoes o dinheiro, instrumento passivo em tuas mãos. Faze-o servir contigo, sob
a inspiração do Cristo, e todas as tuas possibilidades financeiras serão valiosos talentos
em teu caminho, cooperando com teu esforço, na edificação do Reino de Deus.
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3 - ESTUDANDO A RIQUEZA
Não é somente o Rico da Parábola o grande devedor diante da vida.
A fortuna amoedada é, por vezes, simples cárcere.
Há outros avarentos que devemos recordar em nossa viagem para a Luz Maior.
* * *
Temos conosco, os sovinas da inteligência, que se ocultam nas floridas trincheiras da
inércia; os abastados da saúde que desamparam os aflitos e os doentes; os privilegiados
da alegria que cerram as portas aos tristes, isolando-se no oásis de prazer; os felizes da
fé que procuram a solidão, a pretexto de se preservarem contra o pecado; os expoentes
da mocidade que menosprezam a velhice; os favorecidos da família terrestre, que olvidam
os andarilhos da penúria que vagueiam sem lar.
Todos esses ricos da experiência comum contraem pesados débitos para com a
Humanidade.
* * *
Lembremo-nos de que o Tesouro Real da Vida está em nosso coração.
* * *
Quem não pode doar algo de si mesmo, na boa vontade, no sorriso fraterno ou na palavra
sincera de bondade e encorajamento, debalde estenderá as mãos recheadas de ouro,
porque só o amor abre as portas da plenitude espiritual e semeia na Terra a luz da
verdadeira caridade, que extingue o mal e dissipa as trevas.
* * *
A pobreza é mera ficção.
Todos temos algo.
Todos podemos auxiliar.
Todos podemos servir.
E, consoante a palavra do Mestre, ‘o maior na vida será sempre aquele que se fizer o
devotado servidor de todos.’
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4 - OBSERVEMOS
Não te detenhas no poder aquisitivo do ouro terrestre para fazer o bem.
* * *
Anota a riqueza dos teus conhecimentos e não menosprezes o companheiro ainda
enleado no espinheiro da ignorância.
Considera o tesouro da fé que te enriquece o entendimento e aprende a desculpar o
irmão em dificuldade que talvez se encontre no precipício da negação.
* * *
Medite sobre a luz que te brilha na compreensão e não reproves o infeliz que ainda tateia
nas trevas.
* * *
Analisa o patrimônio de amor que te vivifica a existência e auxilia as vítimas do ódio que
não souberam edificar para si mesmas senão o reduto do sofrimento.
* * *
Examina tuas conquistas de segurança pessoal e não passes de largo, à frente dos
caídos em desânimo ou desesperação.
* * *
Relaciona os valores da saúde que te consolidam o relativo equilíbrio na Terra e não
perca a serenidade e a paciência com os enfermos que te reclamam devotamento e
carinho.
* * *
Mentaliza a riqueza de tuas horas, de tuas palavras, de teus movimentos livres.
* * *
Reflete no acervo de bênçãos amontoadas em teus olhos que vêm, em teus ouvidos que
ouvem, em teus pés que andam e em tuas mãos que trabalham.
* * *
Quem será mais rico de verdadeira felicidade, o homem que agoniza sobre um monte de
ouro ou aquele que pode respirar os perfumes do vale, entre a paz do trabalho e a
misericórdia da luz?
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Não admitas que a caridade seja tarefa exclusiva dos que acumularam o dinheiro do
mundo. Ao invés disso, compadece-te do irmão que se faz sovina, aferrolhando o próprio
coração, entre as duras paredes de um cofre forte.
* * *
Recordemos o Divino Doador de Vida Imperecível.
Cristo, sem monumentalizar o amor em obras de metal ou de pedra, com um simples
berço de palha e com uma cruz de sacrifício a lhe emoldurarem o ministério de
fraternidade, espalhou a beleza e a paz, o otimismo e a compreensão em todos os
escaninhos do mundo, a benefício de todas as gerações.
* * *
Em matéria de auxiliar, dividamos a nossa própria alma, na prestação do serviço
infatigável da boa vontade para com todos.
E, com semelhante investimento, estejamos convencidos de que toda a penúria do nosso
passado não nos subtrairá o tesouro de bênçãos que acumularemos, nos altos caminhos
da vida, a brilhar perenemente em nosso grande futuro.
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5 - NO TEMPLO DO BEM
Elogiável se te fará a beneficência nas atitudes, despendendo somas consideráveis, em
favor dos necessitados, mas se buscares pessoalmente os irmãos infelizes, oferecendolhes
o abraço de solidariedade e bom ânimo, brilhar-te-á no coração a bondade pura.
* * *
Cooperarás com expressiva parcela amoedada na obra assistencial aos doentes e serás,
com isso, o credor de alegria e reconhecimento de muitos beneficiários na Terra,
entretanto, se além disso, te confiares ao esforço de auxiliar ao enfermo e ao desvalido,
com as próprias mãos, contarás com a ternura e com o agradecimento de outras muitas
criaturas na Vida Maior.
* * *
Serás estimado por muita gente ao ceder as sobras de tua casa no socorro aos famintos
e aos nus, no entanto, se renunciares um tanto, à satisfação dos próprios desejos,
procurando os filhos do infortúnio, para reconforta-los, serás louvado além do mundo.
* * *
Ensinarás o bem, escalando os galarins da popularidade, pelo verbo fácil que te fulgura
na boca e serás, em razão disso, o favorito das multidões, durante algum tempo, mas se
praticares a virtude que apregoas, sacrificando-te com sinceridade e devotamento, em
auxílio dos que te rodeiam, iluminarás o caminho terrestre e viverás em longas filas de
corações agradecidos.
* * *
Procuremos o bem, difundindo-o, exaltando-o e destacando-o, através de todas as
oportunidades ao nosso dispor, entretanto, diligenciemos honrá-lo, com a nossa
integração em seus fundamentos e apelos.
* * *
Caridade ensinada melhora os ouvidos.
Caridade praticada aprimora os corações.
Dividir conscienciosamente os bens que retemos é sustentar a respeitabilidade humana.
Renunciar, a benefício do próximo, será sempre elevar-se.
Derramando os valores da própria alma, Jesus legou ao mundo os tesouros da
Compreensão e da Paz.
* * *
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Além de espalhar as possibilidades com que a Providência Divina nos abençoa a vida,
forneçamos, no auxílio aos outros, algo de nosso tempo, de nosso suor, de nosso carinho
e de nossos braços, na mobilização de nós mesmos, e estaremos transformando a
própria existência num poema de luz e amor que possa acrescentar amor e a luz sobre os
quais Cristo, entre os homens, vem construindo o Reino de Deus.
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6 - O TALENTO DE TODOS
Na abastança ou na carência, na direção ou na subalternidade, não menosprezes agir e
servir, porque o trabalho, nas concessões do espaço e do tempo, é o talento comum a
todos, pelo uso do qual o espírito se engrandece, no rumo das Esferas Superiores a que
se destina.
Por ele, as forças mais simples da natureza se movimentam na senda evolutiva,
escalando os degraus do progresso para a subida aos cimos da experiência.
Com ele, o verme se agita e fecunda o seio da terra.
Através dele, esforça-se a semente e transforma-se na planta útil, a erigir-se em
abençoada garantia do pão.
Aproveitando-o, a abelha se faz operária laboriosa, fabricando a excelência do mel.
Atendendo-lhe a inspiração, o manancial se desloca e, crescendo em possibilidades
sempre mais vastas, converte-se no grande rio que apóia a civilização em torno do
próprio sulco.
* * *
Tudo na paisagem que nos cerca é a exaltação desse talento realmente divino.
* * *
É por isso que dinheiro e saúde, cultura e inteligência, tanto quanto os números recursos
que rodeiam o homem na Terra, subordinam-se ao trabalho, a fim de se agigantarem na
produção e na multiplicação dos benefícios que lhes dizem respeito.
* * *
Não te deixes vencer pelas considerações negativas da tristeza, da revolta, do
pessimismo ou da indisciplina, que estão sempre condicionando a ação que lhes é própria
à exigência de remuneração.
* * *
Responde ao Senhor que te serve por intermédio do trabalho incessante da natureza com
o trabalho infatigável de teu pensamento e de teus braços, de teu cérebro e de teu
coração, para que te eleves à comunhão com o Amor Infinito.
* * *
Sem trabalho, a fé se resume à adoração sem proveito, a esperança não passa de flor
incapaz de frutescência e a própria caridade se circunscreve a um jogo de palavras
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brilhantes, em torno do qual, os nus e os famintos, os necessitados e os enfermos
costumam parecer, pronunciando maldições.
* * *
Trabalhe e vive.
* * *
Não admitas que a fortuna do tempo, emprestada a todos pela Bondade de Deus se
dissipe em tuas mãos congelada no ideal inoperante.
* * *
Realmente, muitos desastres nos perseguem o caminho das experiências necessárias,
em forma de falhas e fraquezas de nossas almas, à frente das Leis de Deus, mas de
todos eles, o maior de todos é a preguiça, porque a preguiça é a protetora da ignorância e
da penúria e, através da penúria e da ignorância, poderemos descer aos mais estranhos
desequilíbrios do mal.
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7 - BENEFICÊNCIA E CARIDADE
A beneficência alivia a provação.
A caridade extingue o mal.
A beneficência auxilia.
A caridade soluciona.
* * *
Distribuirás a mancheias algo do ouro que se te derrama da bolsa, entretanto, se nesse
algo não puseres a luz de teu amor, em forma de respeito e carinho, ante as chagas do
semelhante, não terás construído nele a compreensão que o fará reconciliar-se consigo
próprio.
* * *
Oferecerás de tua inteligência preciosos recursos aos que desesperam na ignorância,
mas, se furtas à lição a benção da simpatia, não estenderás ao companheiro que o
sofrimento enceguece a claridade precisa.
* * *
Não é dádiva de tua abastança ou o valor de tua cultura que importam no serviço de
elevação e aprimoramento da paisagem que te rodeia.
É o modo com que passas a exprimi-los, cedendo de ti mesmo naquilo que o Senhor te
emprestou para distribuir, porquanto a atitude é o fator de fixação desse ou daquele
sentimento no vasto caminho humano.
* * *
Vale mais o exemplo vivo de compaixão que a frase adornada de exaltação à virtude
pronunciada tão-somente com a boca e aparece com mais beleza o gesto de fraternidade
que a esmola reconfortante suscetível de ser espalhada por ti simplesmente com o
esforço mecânico do braço.
* * *
Isso, porque todos precisamos de renovação interior para o acesso aos tesouros do
espírito e, fazendo o bem, com o impulso de nossas próprias almas, valorizaremos a
palavra com que venhamos a emiti-lo, edificando a vida em nós e junto de nós, com o
próximo e conosco, realizando sempre o melhor.
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8 - DIANTE DE DEUS E DE CÉSAR
Em nosso relacionamento habitual com César – simbolizando o governo político – não
nos esqueçamos de que o mundo é de Deus e não de César, a fim de que não sejamos
parasitas na organização social em que fomos chamados a viver.
* * *
Muitos se acreditam plenamente exonerados de quaisquer obrigações para com o poder
administrativo da Terra, simplesmente porque, certo dia, pagaram à máquina
governamental que os dirige os impostos de estilo, exigindo-lhes em troca serviços
sacrificiais por longo tempo.
* * *
É justo não olvidar que somos de Deus e não de César e que César não dispõe de meios
para substituir junto de nós a assistência de Deus.
Por isso mesmo, a Lei, expressando as determinações do Alto, conta com a nossa
participação constante no bem, se nos propomos alcançar a vitória com progresso real.
* * *
Examinando o assunto nestes termos, ouçamos a voz do Senhor que nos fala na acústica
da própria consciência e procuremos a execução de nossos deveres sem esperar que
César nos visite com exigências ou aguilhões.
* * *
O trabalho é regulamento da vida e cultivemo-lo com diligência, utilizando os recursos de
que dispomos na consolidação do melhor para todos os que nos cercam.
* * *
Auxiliar aos outros é recomendação do Céu e em razão disso, auxiliemos sempre, seja
amparando a um companheiro infeliz, protegendo uma fonte ameaçada pela secura ou
plantando uma árvore benfeitora que amanhã falará por nós à margem do caminho.
* * *
Todos prestaremos contas à Divina Providência quanto aos bens que nos são
temporariamente emprestados e, sem qualquer constrangimento da autoridade humana,
exercitemos a compreensão e a bondade, a paciência e a tolerância, o otimismo e a fé,
apagando os incêndios da rebelião ou da crítica onde estiverem e estimulando, em toda
parte, a plantação de valores suscetíveis de estabelecer a harmonia e a prosperidade em
torno de nós.
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* * *
Não vale dar a César algumas moedas por ano, cobrindo-o de acusações e reprovações,
todos os dias.
* * *
Doemos a Deus o que é de Deus, oferecendo o melhor de nós mesmos, em favor dos
outros e, desse modo, César estará realmente habilitado a amparar-nos e a servir-nos,
hoje e sempre, em nome do Senhor.
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9 - ESTUDANDO A FELICIDADE
Observa o que desejas e o que fazes, a fim de que ajuízes, com segurança, sobre a
felicidade que procuras.
* * *
Certifiquemo-nos de que a alegria possui igualmente diversos níveis e de que nos
compete, acima de tudo, cultivar a devoção aos valores amplos e substanciais que
possam sobreviver conosco na Vida Maior.
* * *
No mundo, a felicidade varia com a posição das criaturas e se buscamos o Cristo por
nosso mestre é indispensável saibamos conquistar o nosso estímulo de viver no clima do
Sumo Bem.
* * *
Há pessoas que se contentam com o exclusivo reconforto de comer, dormir e procriar,
guardando assim tão somente a felicidade que os seres mais simples cultuam nas linhas
inferiores da natureza.
* * *
Vemos espíritos atilados no cálculo que apenas se comprazem, amontoando ouro ou
utilidades, com desvantagem para os semelhantes, estabelecendo, desse modo, para si
mesmos a felicidade dos loucos.
* * *
Anotamos companheiros da Humanidade que somente se rejubilam com a exibição de
títulos suntuários, na ordem social ou econômica, cristalizando-se na vaidade ou no
orgulho que lhes facilitam a espetacular descida para a morte, forjando, dessa maneira,
em prejuízo deles próprios, a felicidade dos tolos.
* * *
Identificamos irmãos que apenas se honram na crueldade, sorrindo com o alheio
infortúnio e alardeando compaixão que não sentem, construindo para si mesmos a
felicidade dos que se instalam no purgatório da própria consciência.
* * *
A felicidade cristã, no entanto, é diferente. Nasce da alegria que venhamos a semear para
os outros, desenvolve-se no bem infatigável, frondeja no espírito de serviço, floresce na
esperança e frutifica no sacrifício daquele que se oferece para a materialização da
felicidade geral.
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* * *
Não te demores no prazer que hoje te suscita gargalhadas para cerrar-se amanhã em
amargosa penitência.
* * *
Procuremos a felicidade de Jesus, que ainda não está completamente neste mundo, para
que este mundo se levante para a felicidade perfeita.
* * *
Para isso, não desdenhes a tua cruz, porque somente através do desempenho de nossas
obrigações na prática do bem é que encontraremos a nossa verdadeira vitória.
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10 - PENÚRIA E RIQUEZA
Penúria e riqueza, na essência, não constam dos elementos que possuímos, mas do
sentimento que nos possui.
* * *
A grandeza das concessões de Deus pontilha a rota do homem desde a hora primeira em
que se lhe estrutura o berço no campo humano.
* * *
Tudo se conta, em derredor de seus passos, pelo diapasão da previdência constante.
* * *
Ante a melodia silenciosa da renúncia materna, todas as circunstâncias se conjugam
favoráveis à criatura para que se desenvolva e ocupe o lugar que a Misericórdia Divina
lhe marcou.
* * *
O lar e o sol, a escola e o conhecimento, o trabalho e a amizade enriquecem-lhe todos os
marcos, em demanda à tarefa que lhe compete cumprir.
* * *
Entretanto, muitas vezes, pela vocação da sovinice impenitente, recolhe o ouro do mundo
para erigir com ele o túmulo suntuoso em que se lhe sepulta a esperança e recebe a
benção do amor para transforma-la na algema que o encarcera, por vezes, no purgatório
do sofrimento.
* * *
Reter para si somente os bens que a vida espalha é gerar os males reais que nos sitiam a
senda e valer-se dos males aparentes da jornada terrestre convertendo-os em valores de
entendimento e de aprendizado é criar em si próprio o bem justo que se fará o bem de
todos.
* * *
Não nos fixemos na reprovação contra os irmãos aprisionados nos enganos da fortuna
passageira e sim auxiliemo-los, sem exigência, a compreender a importância do dinheiro
e do tempo para a execução das boas obras.
* * *
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Eleva a própria alma ao trabalho constante suscetível de gerar os patrimônios mais
elevados da vida e estudando e aprendendo, auxiliando e amando, na abastança ou na
carência de recursos materiais, terás o coração a fulgir no caminho, por brilhar em ti
mesmo qual estrela da bênção.
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11 - SEJAMOS RICOS EM JESUS
Quem julga pelas aparências, quase sempre esbarra na areia móvel das transformações
repentinas a lhe solaparem o edifício das errôneas conclusões.
* * *
Existem criaturas altamente tituladas nas convenções do mundo, que trazem consigo uma
fonte viva de humildade no coração, enquanto que há mendigos, de rosto desfigurado,
que carreiam no íntimo a névoa espessa do orgulho a empanar-lhes o entendimento.
* * *
Há ricos que são maravilhosamente pobres de avareza e encontramos pobres
lamentavelmente ricos de sovinice.
* * *
Somos defrontados, em toda a parte, por grandes almas que se fazem humildes, a
serviço do Senhor, na pessoa do próximo e, freqüentemente, surpreendemos espíritos
rasteiros envergando túnicas de vaidade e dominação.
* * *
Jesus, louvando os ‘pobres de espírito’, não tecia encômios à ignorância, à incultura, à
insipiência ou à nulidade, e sim exaltava os corações simples que descobrem na vida, em
qualquer ângulo da existência, um tesouro de bênçãos, com o qual é possível o
enriquecimento efetivo da alma para as alegrias da elevação.
* * *
“Pobres de espírito”, na plataforma evangélica, significa tão-somente “pobres de
fatuidade, de pretensos destaques intelectuais, de supostos cabedais da inteligência”. É
necessário nos acautelemos contra a interpretação exagerada do texto, em suas
expressões literais, para penetrarmos o verdadeiro sentido da lição.
* * *
A pobreza e a pequenez não existem na obra divina.
Constituem apenas posições transitórias criadas por nós mesmos, na jornada evolutiva
em que aprenderemos, pouco a pouco, sob o patrocínio da luta e da experiência, que
tudo é grande no Universo de Deus.
* * *
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Todos os seres, todas as tarefas e todas as cousas são peças preciosas na estruturação
da vida.
* * *
Onde estiveres faze-te espontâneo para recolher a luz da compreensão.
Alijemos os farrapos dourados da ilusão, que nos obscurecem a alma, estabelecendo a
necessária receptividade no coração, e entenderemos que todos somos infinitamente
ricos de oportunidades de trabalhar e servir, de aprender e aperfeiçoar, infatigavelmente.
* * *
O ouro será, muitas vezes, difícil provação e os cimos sociais na Terra, quase sempre,
são amargos purgatórios para a alma sensível, tanto quanto a carência de recursos
materiais é bendita escola de sofrimento, mas a simplicidade e o amor fraterno, brilhando,
por dentro de nosso espírito, em qualquer situação no caminho da vida, são
invariavelmente o nosso manancial de alegrias sem fim.
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12 - ENTENDIMENTO
Não olvides que a obra do entendimento, no edifício da tranqüilidade comum, é assim
qual alicerce nos fundamentos do instituto doméstico, a erguer-se, acolhedor.
* * *
Efetivamente, não dispões de arcas repletas com que atender à exigência de todos os
famintos da estrada, mas podes suportar com carinho o parente menos feliz que se
socorre habitualmente em tua casa.
* * *
Em verdade, não conseguirás remédio bastante para todos os doentes da região em que
te situas, entretanto, não te faltam possibilidades de tolerar o vizinho enfermo que, muitas
vezes, te incomoda entre a obsessão e a necessidade.
* * *
Indiscutivelmente não deténs recursos para convencer aos amigos, enrijecidos na
indiferença, quanto à realidade da justiça divina e da sobrevivência da alma, no entanto,
podes com teu exemplo silencioso de bondade e renúncia, em favor deles, insuflar-lhes
pensamentos de solidariedade e compreensão, preparando-lhes a futura sementeira de
fé.
* * *
Decerto, não contas com facilidades e privilégios para remover os obstáculos à ordem
pública, nem guardas contigo o poder de evitar as calamidades do quadro social em que o
Senhor te conserva a existência, no entanto, podes auxiliar a teu filho ou a teu pai, a teu
irmão ou a teu companheiro com a palavra generosa, com o sorriso amistoso, com a
atitude compreensiva ou com a prece oculta na extinção de males iniciantes e
imprevisíveis, porquanto não ignoramos que o incêndio, quase sempre, começa na
fagulha imperceptível.
* * *
Cultiva o entendimento, mobilizando a ti mesmo nessa jornada de amor, e acenderás
entre os homens aquela caridade que é senda de luz para a Vida Maior.
* * *
Usa o dinheiro a teu serviço, na beneficência que te enriqueces o caminho, e movimenta
o teu verbo inflamado de cultura, no esclarecimento das almas, todavia, não te esqueças
de que somente compreendendo aos outros para melhor servi-los, segundo os padrões
do Cristo, nosso Mestre e Senhor, é que estaremos realmente, no clima nutriente
daqueles que se consagram à construção da Humanidade Melhor.
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13 - TALENTOS
A pobreza não é criação do Todo-Misericordioso. Ela existe somente em função da
ignorância do homem que, por vezes, se arroja aos precipícios da inconformação ou da
ociosidade, gerando o desequilíbrio e a penúria.
* * *
Há talentos do Senhor distribuídos por todas as criaturas, em toda a parte.
* * *
Observa os elementos de trabalho que a vida te conferiu e não te esqueças de que a
única fonte de origem e de sustentação da riqueza legítima é sempre o trabalho.
* * *
O ouro é talento com que se pode ampliar o progresso.
* * *
O apuro da inteligência é recurso de extensão da cultura.
* * *
A escassez é o processo da aquisição de nobres qualidades para quem aprende a servir
* * *
A alegria é fonte de estímulo.
* * *
A dor para quem se consagra à aceitação construtiva, é capaz de se transformar em
manancial de humildade.
* * *
Cada qual de nós recebe na herança congênita do pretérito, as possibilidades de serviço
que nos caracterizam as tendências no mundo, de acordo com os méritos e necessidades
que apresentemos.
* * *
Em razão disso, é indispensável saibamos aproveitar o tempo, qual deve o tempo ser
utilizado, de vez que os dias correm sobre os dias, até que o Senhor nos tome conta dos
créditos, que generosamente nos emprestou.
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* * *
Usa a compreensão que se desmanda no egoísmo e a provação que se perde na
delinqüência encontram-se, desamparadas por si mesmas, nas veredas do mundo.
* * *
Derrama o tesouro de amor que o Pai Celestial te situou no coração, através das bênçãos
de fraternidade e simpatia, bondade e esperança para com os semelhantes e, em
qualquer grupo social no qual te vejas, serás, invariavelmente, a criatura realmente feliz,
sob as bênçãos da Terra e dos Céus.
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14 - A POBREZA FELIZ
Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz que nasce da sede de
perfeição espiritual.
* * *
Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da humildade vitoriosa.
* * *
Quem se empobrece de exigências da vida física, recebe os tesouros inapreciáveis da
alma.
* * *
Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das posses efêmeras da Terra,
surpreende a riqueza da paz em si mesmo.
* * *
Quem se empobrece de vaidade, amealha as bênçãos do serviço.
* * *
Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama da sabedoria.
* * *
Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no transcurso de um dia.
* * *
Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para sermos indigentes da verdade, no
dia de amanhã.
* * *
Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A astúcia consegue semelhante fantasia
sem qualquer obstáculo.
Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos realmente aos interesses do
Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros.
* * *
Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se enriquecer de luz para a
imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o indigente da Vida Mais Alta e o pobre
esclarecido do mundo é o espírito enobrecido das Esferas Superiores, que será
aproveitado na extensão da Obra de Deus.
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15 - AVAREZA
O avarento dos bens materiais é credor de reprovação, mas o avarento do amor é digno
de lástima.
O primeiro se esconde num poço dourado, o segundo mergulha-se nas sombras do
coração.
* * *
O sovina da fortuna amoedada retém pedras, metais e papéis de valor convencional, que
a vida substitui na provisão de recursos à comunidade, mas o sovina da alma retém a
fonte da felicidade e da paz, da esperança e do bom ânimo que constitui alimento
indispensável à própria vida.
* * *
O primeiro teme gastar bagatelas e arroja-se à enfermidade e à fome.
O segundo teme difundir os conhecimentos superiores de que se enriquece e suscita a
incompreensão, ao redor dos próprios passos.
* * *
O sovina da riqueza física encarcera-se no egoísmo.
O sovina das bênçãos da alma gera a estagnação onde se encontra, envolvendo-se ele
mesmo em nevoeiro perturbador.
* * *
Ainda que não possuas dinheiro com que atender ás necessidades do próximo, não
olvides o tesouro de dons espirituais que o Senhor te situou no cerne da própria alma.
* * *
Auxilia sempre.
* * *
Mais se faz útil quem mais se dedica aos semelhantes amparando-lhes a vida.
* * *
As casas bancárias e as bolsas repletas podem guardar a fria correção dos números sem
consciência, mas o coração daquele que ama é sol a benefício das criaturas, convertendo
a dificuldade e a dor, a desventura e a escassez em recursos prodigiosos, destinados à
humana sustentação.
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16 - O VINTÉM
O grande e luminoso templo da vida permanece de portas descerradas.
* * *
É o mundo vasto...É a Terra prodigiosa de bênçãos e dons, ostentando cidades que são
templos do progresso, campos que são áreas de luz, fontes que representam vasos de
água viva, flores que constituem adornos espalhados no Planeta, em que nossas almas
se movimentam nas sendas da evolução.
* * *
No orbe imenso, há quem ofereça ao progresso e ao aperfeiçoamento da Humanidade as
grandes missões da fé religiosa, da política administrativa, da ciência e da filosofia, nos
fulgores intelectuais da cultura e da inteligência; há quem ofereça ao aprimoramento do
amor a graça do lar, o carinho afetivo, o brilho da arte e a grandeza do sentimento
burilado em obras de benemerência e ternura, que fixam novos capítulos à elevação da
vida.
* * *
Não podemos, no entanto, olvidar a excelsitude da colaboração aparentemente
pequenina daqueles corações dilacerados, aflitos e anônimos, que trazem ao bem da
comunidade o singelo concurso de que podem dispor.
* * *
É o sorriso de compreensão e de estímulo ao companheiro desconhecido.
É a palavra oportuna que soergue o bom ânimo de um amigo arrojado ao desalento.
É a bondade oculta que auxilia sem exigir compensação.
É a benção do concurso fraterno que apaga o fogo da maledicência.
É a dádiva fraterna da amizade sem egoísmo.
É a oferta do coração que ampara sem ruído.
* * *
Temos sempre nessas admiráveis contribuições o precioso vintém do amor e se cada um
de nós dispensar um só de semelhantes vinténs, em cada dia da vida, estejamos
convencidos de que, dentro em breve, teremos amontoado para a nossa felicidade um
tesouro infinito na Espiritualidade Maior.
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17 - ELEVAÇÃO
Não te esqueças de que há elevação, segundo o critério das convenções humanas, e há
elevação, de conformidade com as Leis Divinas.
* * *
Muitos se arrojam à grande altura nos domínios da posse efêmera, abusando da terra e
do metal que a vida lhes oferece, por algum tempo, e acabam caídos gritando por socorro
nos escombros das próprias ilusões.
Muitos são guindados às eminências da popularidade desfrutando largos valores da
inteligência, tão-só para o culto à vaidade que lhes é própria, e descem, à inação cerebral,
vitimados, às vezes, por inibições de longo curso.
Muitos se supõem acima dos semelhantes na própria virtude, engodados pela sombra
que lhes enceguece a visão, desmandando-se no falso julgamento do próximo e na
superestimação de si mesmos, no entanto, caem, quase sempre, de improviso, nos
braços da verdade, a fim de reconhecerem as próprias deficiências.
Lembra-te de que todos os recursos e situações do caminho são bênçãos de Deus,
convidando-te ao trabalho por todos, no silêncio do bem.
* * *
Ninguém se elevará para Deus, humilhando ou perturbando, no campo infeliz da discórdia
e da crueldade, ainda mesmo que o nome do Senhor lhes marque a visitação e lhes
cintile na boca.
* * *
Cultivemos o amor e a humildade com incessante serviço, em auxílio de todos os que nos
cercam e o Senhor levantar-nos-á o espírito para os cimos da vida, de vez que somente a
Infinita Sabedoria pode determinar a verdadeira elevação de alguém para a luz da
imortalidade.
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18 - ENTRE O CÉU E A TERRA
Para saber pedir com segurança, é imprescindível saber dar.
O homem não é somente o filho de Deus no mundo, é também o cooperador de Sua obra
terrestre.
É por isso que, em toda parte vemo-lo em regime de sociedade com a Providência Divina,
no qual o Senhor, na condição de proprietário da vida e o espírito humano na posição de
usufrutuário dela, se reúnem na concessão e no concurso, na administração e na
execução, oferecendo ao trabalho quotas expressivas de recurso e de esforço, de
suprimento e proveito.
* * *
O Todo Misericordioso concede ao lavrador a gleba indicada à produção do alimento, mas
se o homem do campo, pretende a colheita justa retribuir-lhe-á com o próprio suor; cede
ao arquiteto o material de construção, mas a casa não se levanta sem braços que a
sustentem; confere ao homem e à mulher a alegria do templo familiar, enriquecendo-os
de esperança e de amor, entretanto, se os detentores de semelhante ventura esperam no
lar a edificação da felicidade, cabe-lhes empenhar o próprio coração ao apoio recíproco,
de modo a garantirem a benção conquistada.
* * *
Não bastará converter a confiança em rogativas ao Céu, para que o Céu nos responda
com simpatia e favor.
É necessário consultar a nossa própria atitude junto aos valores em mão, a fim de que
não estejamos reformando debalde os empréstimos contraídos.
Muitos esperam que o fracasso lhes reacenda a vigilância, no entanto, se cada um de nós
permanece firme no trato de responsabilidades que a vida nos delegou, consoante as
nossas próprias necessidades, sem deserções e sem dúvidas, nossa própria tarefa será
uma oração contínua ao Céu, na permanente comunhão entre a nossa vida fragmentária
e a Vida Total, transformando todas as nossas preces de exaltação ou de súplica em
cânticos silenciosos e vivos de reconhecimento e louvor.
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19 - OURO E PODER
Muita gente acredita encontrar na riqueza e no poder sinais de privilégios, quando ouro e
influência simplesmente não passam de recursos destinados à aferição do valor que nos
assinala.
* * *
Lembremo-nos de que um homem aprisionado à sombra do cárcere é sempre alguém
constrangido a mostrar virtudes que raramente possui.
Silencia por impossibilitado de gritar a desesperação que lhe vergasta o peito e revela
quietação e tristeza, quais se fossem humildade e compreensão, porquanto, posto a
ferros, é compelido a guardar-se em reserva compulsória.
* * *
Assim também ocorre com a enfermidade e o pauperismo, a inibição e o desvalimento na
maior parte das circunstâncias.
Segregada, dentro deles, a alma reencarnada não dispõe de outros meios senão o de
aceita-los como preço ao resgate das próprias dívidas.
* * *
Entretanto, qual o sentenciado que abandona a cadeia sob exata observação, assim é a
criatura que retém os talentos da fortuna e da autoridade, do equilíbrio e da robustez.
Não se encontram aqueles que os desfrutam na Terra contemplados por favores
especiais, mas semi-libertados pela benção do Céu, em regime de exame, nas escolas do
mundo.
* * *
Dessa forma, nos momentos de paz, segurança e alegria, muitos de nós outros apenas
respiramos, à luz de experiências novas, nas quais demonstraremos se mais não
precisamos da dor e do infortúnio, na construção da estrada de elevação para Deus.
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20 - TRABALHO E RIQUEZA
O corpo terrestre é valioso instrumento de formação da verdadeira riqueza.
Mobiliza-o em teu próprio favor, no fecundo campo da vida.
* * *
Tens o primoroso equipamento do cérebro.
Aprende a produzir com ele pensamentos que te enobreçam a estrada, conquistando o
apreço e a estima dos semelhantes, em teu próprio benefício.
* * *
Possuis tesouro dos olhos.
Movimenta-o no serviço e no estudo, provendo o próprio espírito de mais amplos valores,
no setor do conhecimento que te aprimore.
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Dispões da felicidade dos ouvidos.
Emprega-os na aquisição de ensinamentos edificantes que te possam clarear o futuro.
* * *
Contas com a benção da língua.
Usa-lhe as possibilidades, emitindo o verbo sadio e fraternal, que te assegure a confiança
e a simpatia dos outros.
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Reténs contigo o patrimônio dos braços.
Aplica-o na plantação do bem e surpreenderás abundantes colheitas de prosperidade e
alegria.
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Guardas contigo o escrínio do coração.
Estende-lhe os recursos para recolher da vida os júbilos do amor, alicerce da ventura
sonhada.
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* * *
Nem sempre o corpo será uma cruz a regeneração da alma.
Na maioria das circunstâncias, é a ferramenta com que o espírito pode talhar os mais
altos destinos.
* * *
Não te preocupes com o problema da abastança ou da carência de utilidades materiais,
porque a riqueza e pobreza , à frente da Lei Divina, muitas vezes, apenas significam
oportunidades de aperfeiçoamento e elevação.
Somente o trabalho sentido e vivido é capaz de gerar a verdadeira fortuna e acrescentá-la
infinitamente e, por isso, amando a tarefa que o Senhor te confiou por mais inquietante ou
singela, vale-te do tempo para enriquecer-te hoje de luz e amor, compreensão e
merecimento, a fim de que o tempo não te encontre amanhã de coração fatigado e de mãos vazias.