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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Reflexões Espíritas-Luiz Guilherme Marques

REFLEXÕES ESPÍRITAS

Luiz Guilherme Marques


lgm@artnet.com.br

2003


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ÍNDICE:

. AS LEIS HUMANAS FRENTE À LEI DIVINA
. AS VIDAS DE ALLAN KARDEC
. AS VIDAS DE JÚLIO CÉSAR
. DECÁLOGO DO JUIZ ESPÍRITA
. EMMANUEL E A ABRAME
. PAULO DE TARSO E SUNDAR SINGH
. PORQUE NÃO SE CRIA O "DIREITO ESPÍRITA"
. JUÍZES, RÉUS E JULGAMENTOS
. O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA
   

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AS LEIS HUMANAS FRENTE À LEI DIVINA

Dedico este modesto estudo a Yvonne do Amaral Pereira, pelas lições que deixou através dos seus 18 incomparáveis livros e exemplos de Fraternidade.

    André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, FEB, 1999, p. 80, faz um esclarecimento interessante sobre o nascimento do Direito dos encarnados:

Em razão do apego aos rebentos da própria carne, institui a propriedade da faixa de solo em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afetividade, traça a si próprio determinadas regras de conduta, para que não imponha aos semelhantes ofensas e prejuízos que não deseja receber. Acontece, assim, o inesperado. O homem selvático que não pretende abandonar os apetites e prazeres da experiência animal, fabrica para si mesmo os freios que lhe controlarão a liberdade, a fim de que se lhe enobreça o caráter iniciante. Estabelecendo a posse tirânica em tudo o que julga seu, desiste de aproveitar o que pertence ao vizinho, sob pena de expor-se a penalidades cruéis. Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas.

    Dessa época recuada até hoje quanto evoluiu o Direito, horizontalmente!...

    Entretanto, muito mais evoluirá a partir do momento em que noções científicas (sinônimo: espirituais, pois a Ciência trará a certeza das realidades espirituais) mais avançadas chegarem ao conhecimento da maioria das pessoas.

    O Direito, que começou singelo, foi-se aperfeiçoando, a ponto de entender-se conveniente setorizá-lo para melhor estudá-lo e aplicá-lo. A partir de certo estágio foi dividido em Direito Público e Direito Privado e esses dois ramos subdivididos em Direito Civil, Comercial, Penal, Administrativo etc.

    Todavia, quando já se alcançou talvez o máximo da análise, com as especializações, pode-se agora partir para a síntese, as generalizações. Deve ser a fase que iremos viver, segundo imaginamos.

    A horizontalidade jurídica não conseguiu trazer as soluções definitivas para as sociedades humanas, que se debatem com o egoísmo, o orgulho e a vaidade das criaturas, lutando para sobrepujarem umas às outras, revivendo a pessimista luta de classes de Karl Marx e as lutas individuais de vários tipos, apregoadas por outros filósofos horizontalistas.

    Como ramo mais primitivo do Direito, pela sua própria característica, reconhecida sua insuficiência, o Direito Penal (que pretendia punir e ressocializar os indivíduos cuja conduta seja tida como assaz nociva para o meio social), lançados os questionamentos de Cesare Lombroso (do criminoso nato), de Marc Ancel (da Nova Defesa Social), de Anossow (da abolição do princípio da reserva legal) e outros, verifica-se que, cedo ou tarde, tende a restringir sua área de aplicação e, no que ficar ainda existindo, adequar-se-á mais à finalidade da socialização do indivíduo (não ressocialização, pois esse indivíduo ainda está sendo socializado) do que à da sua punição.

    Para trazer luz sobre o cipoal dos estudos do Direito Penal, vale a pena citar a respeito o que André Luiz menciona em Missionários da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, 2000, p. 164:

A justiça se cumpre sempre, mas, logo que se disponha o Espírito à precisa transformação no Senhor, atenua-se o rigorismo no processo redentor.

    Falta ainda ao Direito Penal adentrar o espírito humano, a intimidade do infrator, para poder melhor socializá-lo, ao invés de simplesmente puni-lo.

    Quanto aos Direitos Civil, Comercial e Trabalhista procuram regular as relações interpessoais, aplicando penalizações, regra geral pecuniárias, aos infratores das suas normas, mas não cogitam essencialmente da socialização dos indivíduos, apesar de reconhecer-se que os infratores dessas regras muitas vezes são mais danosos ao meio social, pela sua sutileza e refinamento.

    As regras desses três ramos do Direito, abundantes e minuciosas, geram a falsa impressão de que tudo está sob controle na sociedade...

    Como contribuição para o Direito Civil, especialmente no que diz respeito ao casamento e ao divórcio, citemos André Luiz (Evolução em Dois Mundos, pp. 180-181):

Quanto ao divórcio, segundo os nossos conhecimentos no Plano Espiritual, somos de parecer que não deva ser facilitado ou estimulado entre os homens, porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não, sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum. Mal saídos do regime poligâmico, os homens e as mulheres sofrem-lhe ainda as sugestões animalizantes e, por isso mesmo, nas primeiras dificuldades da tarefa a que foram chamados, costumam desertar dos postos de serviço em que a vida os situa, alegando imaginárias incompatibilidades e supostos embaraços, quase sempre simplesmente atribuíveis ao desregrado narcisismo de que são portadores. E com isso exercem viciosa tirania sobre o sistema psíquico do companheiro ou da companheira mutilados ou doentes, necessitados ou ignorantes, após explorar-lhes o mundo emotivo, quando não se internam pelas aventuras do homicídio ou do suicídio, espetaculares, com a fuga voluntária de obrigações preciosas. É imperioso, assim, que a sociedade humana estabeleça regulamentos severos a benefício dos nossos irmãos contumazes na infidelidade aos compromissos assumidos consigo próprio, a benefício deles, para que se não agreguem a maior desgoverno, e a benefício de si mesma, a fim de que não regresse à promiscuidade aviltante das tabas obscuras, em que o princípio e a dignidade da família ainda são plenamente desconhecidos. Entretanto, é imprescindível que o sentimento de humanidade interfira nos casos especiais, em que o divórcio é o mal menor que possa surgir entre os grandes males pendentes sobre a fronte do casal, sabendo-se, porém, que os devedores de hoje voltarão amanhã ao acerto das próprias contas.

    Emmanuel, em O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, 1999, p. 46, comenta sobre a pretendida igualdade absoluta das pessoas:

A concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço.

    Sob o manto da legalidade, estagna o ser humano no estágio de mero defensor dos seus direitos fixado na mentalidade dos seres humanos da época do nascimento do Direito de que fala André Luiz, apenas que utilizando-se da força da Justiça organizada e não da vingança privada, pois, na verdade, o Direito não transformou a essência do ser humano.

    Exemplos do primarismo do Direito (por desconhecimento das realidades espirituais) são as legislações que admitem a pena de morte e a legalização do aborto. (A respeito do aborto leia-se O Clamor da Vida, Reflexões contra o Aborto Intencional, de Marlene Nobre, FE, 2000)

     Quanto ao Direito Administrativo, cuida das atividades do Estado e da responsabilidade dos administradores em gerir a coisa pública, necessitando ainda de muito aperfeiçoamento para bem atender à sua finalidade.

    Nas nossas leituras espíritas não encontramos nenhuma informação explícita sobre a seleção de servidores, tema abordado pelo Direito Administrativo terreno. Não nos parece existir no mundo espiritual nenhum concurso público de ingresso e, muito menos, eleição. O que se presume é que os servidores menos graduados sejam admitidos pelos mais graduados até chegar-se ao topo da hierarquia, representada por Jesus-Cristo, o Sublime Governador da Terra. O critério de escolha parece ser o do merecimento para o exercício de cada função, representado pelos valores intelectuais e de espírito fraternal, mas sobretudo o segundo ítem.

    A esse respeito Emmanuel (O Consolador, p. 52) diz:

A responsabilidade de um cargo público, pelas suas características morais, é sempre mais importante que a concedida por Deus sobre um patrimônio material. Daí a verdade que, na vida espiritual, o depositário do bem público responderá sempre pelas ordens expedidas pela sua autoridade, nas tarefas da Terra.

    Nosso Direito Eleitoral, calcado todo ele na seleção de servidores através do voto, não encontra similar no mundo espiritual, pelo que deduzimos das obras que pudemos consultar.

    Dessa maneira, pode-se ter no Direito humano as caraterísticas de minucioso, imperfeito, inseguro, com a multiplicação de leis e Códigos, muito distante da simplicidade, perfeição e segurança da Lei Divina.

    Quanto à Lei Divina, vejamos o porquê da sua simplicidade, perfeição e segurança.

    Quanto à sua simplicidade pode-se dizer o seguinte: apresentados por Moisés os Dez Mandamentos (Decálogo), que, na expressão feliz de André Luiz (Evolução em Dois Mundos, p. 155), brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito, resumem-se em duas regras simples e objetivas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

    Sobre a perfeição tem-se a dizer que, sendo obra de Deus, é perfeita.

    Quanto à sua segurança, sabe-se que se aplica a todas as criaturas indistintamente e está inscrita exatamente na consciência de cada uma, conforme afirma a resposta nº 621 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

    Todos temos consciência de como devemos agir, para tanto sendo suficiente a consulta da própria consciência. A Lei de Deus não gera dúvida com seus dois artigos, que se aplicam às múltiplas situações da vida de cada um de nós.

    Analisando esses dois artigos pergunta-se:

    Por que amar a Deus? - Por reconhecermos sermos obra Sua e para agradecer-lhe tanto quanto somos gratos aos nossos pais carnais.

    Por que amar o próximo como a nós mesmos? - Para fazermos evoluir a realidade humana já temporalmente muito distante daquele começo em que passamos a respeitar os outros sob pena de expor-se a penalidades cruéis (como diz André Luiz, acima).

    Quanto a quem seja o próximo vale a pena uma observação.

    André Luiz, no mencionado Evolução em Dois Mundos, traz um dado importante para nos aproximar das demais criaturas de Deus:

Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde o vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos. (p. 53)

    Sabemos que todos passamos pela carreira evolutiva, subindo-a degrau por degrau, desde os primeiros estágios nos reinos inferiores (até que ponto serão válidas essas classificações?) até chegarmos ao nível hominal. Como diz André Luiz, em um bilhão e meio de anos, mais ou menos, uma simples bactéria ou vírus evoluiu gradativamente até chegar às primeiras manifestações humanas.

    Assim, vê-se que, além do bom relacionamento com os demais seres humanos, devemos nos empenhar pela Ecologia, essa grande Ciência da humanidade do futuro, pois entre os animais, vegetais e outros seres inferiores estão também os nossos próximos, que carecem da nossa proteção indefesos que são frente à nossa inteligência, se quisermos lhes fazer mal ou se os deixarmos entregues à sua própria sorte.

    Não podemos deixar de dizer que a Themis (deusa pagã que tanto prezamos) é o menor dos três valores (Justiça, Amor e Verdade) segundo se depreende das palavras de Emmanuel (O Consolador, p. 162):

Até agora, a humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a sabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são do que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos.

    As Leis humanas devem ser confrontadas com o que pudermos conhecer da Lei Divina para serem mais justas e contribuam para o aperfeiçoamento e a felicidade dos seres humanos encarnados.

 

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AS VIDAS DE ALLAN KARDEC

    Inicialmente, é de se esclarecer que o objetivo deste breve estudo não é aprofundar estudos históricos, pois, apesar da bibliografia sobre Allan Kardec (pseudônimo do codificador da Doutrina Espírita) e Jan Huss ser reduzida, mesmo assim basta para conhecer-se razoavelmente essas duas encarnações do grande apóstolo.

    Quanto à sua encarnação como druida na Gália (quando tinha esse nome) não há nenhuma referência na História, mas somente em livros e comunicações espíritas.

    Feitas estas referências iniciais, passemos ao tema.

    Quando Denizard Hipollyte Léon Rivail, aos 50 anos de idade, depois de já ser consagrado professor dentro do sistema pestalozziano, autor de vários livros didáticos e membro de destacadas entidades científicas francesas, assistia pela primeira vez a uma sessão mediúnica na residência da família Baudin, em Paris, manifestou-se o espírito Zéphyr (amigo da família), que cumprimentou o professor dizendo-lhe: “Salve, caro pontífice, três vezes salve”, ao que o professor Rivail respondeu, gracejando: “Minha bênção apostólica, meu caro filho.”

    Nesse momento Zéphyr esclareceu ao professor Rivail que ele, Rivail, tinha sido seu chefe druida na época de Júlio César.

    Daí em diante Rivail passou a freqüentar essas reuniões e tudo começou para ele em termos de Espiritismo, pois, analisando seriamente o que via e ouvia e bem assim os cadernos de ditados espirituais, passou a escrever seu primeiro livro, ou seja, “O Livro dos Espíritos”, publicado originalmente em 1857.

    Esses fatos e outros tantos são narrados detalhadamente por Eduardo Carvalho Monteiro em “Allan Kardec – o druida reencarnado”, Editora Espírita Eldorado de São Paulo, 1998, e por outros biógrafos do grande codificador.

    Cada estudioso que toma contato com as obras de Allan Kardec e os escritos sobre ele é levado a reconhecer a amplitude da cultura do mestre, seu senso de organização e sua capacidade de síntese realmente assombrosa, mas, o que é importante e para alguns passa despercebido são sua generosidade e imensa capacidade de relevar as incompreensões humanas.

    Porque gênios há muitos, mas são raros os que reúnem a inteligência superior à capacidade de amar a humanidade inteira.

Pois esse era o caso de Allan Kardec.

    Feito esse parêntese, deve-se dizer que nessa obra Eduardo Carvalho Monteiro, grande conhecedor da história dos celtas, reafirma o que se sabe no meio espírita, ou seja, que o professor Rivail (1804-1869) foi chefe druida na época de Júlio César, este último que viveu entre 100 a.C. e 44 a.C.

    Em verdade, não se sabe quando teria nascido e quando teria desencarnado Allan Kardec naquela vida.

    A melhor fonte que se conhece sobre os gauleses é o relato De Bello Gallico, de Júlio César, que, de 58 a.C. a 51 a.C., conviveu mais ou menos diretamente com esses povos, ora guerreando contra eles, ora procurando pacificá-los sem utilização da força, mas sempre procurando manter a dominação romana.

    Quanto aos gauleses sabe-se (através do relato de César) que haviam três classes sociais: os druidas, os guerreiros e o povo em geral. Quanto aos últimos viviam vida miserável, os guerreiros se ocupavam naturalmente das atividades militares e os druidas cuidavam da religião e da justiça, além do aconselhamento ao rei.

    Ainda segundo César, os gauleses eram muito dedicados à religiosidade e (sabe-se) adotavam a idéia reencarnacionista.

    Quanto ao chefe supremo dos druidas era escolhido pelos seus pares.

    Quanto a César é de se estranhar que não tenha feito qualquer referência direta a Allan Kardec, uma vez que interessava-se em tudo conhecer e tudo comunicar ao Senado.

    Entretanto, é importante falarmos algo sobre sua encarnação como Jan Huss, também abordada por Eduardo Carvalho Monteiro. O grande missionário da Reforma (1369-1414), checo de nascimento, além de contribuir enormemente para a cultura do seu país, destacou-se pelo combate aos abusos da Igreja Romana da época e, ao final, foi condenado pela Inquisição à morte na fogueira.

    Quanto ao seu perfil psicológico é sempre o mesmo: vasta cultura, inteligência apurada, generosidade e grande capacidade de perdoar as fraquezas humanas.
 
    Vê-se, assim, na seqüência dessas três encarnações, que cobrem um período de cerca de 1.900 anos, o mesmo pendor para a procura do crescimento intelectual e aproximação de Deus, ou seja, a valorização das duas asas que conduzem à perfeição: o cérebro e o coração.

    Se é verdade que essas encarnações são aceitas unanimemente no meio espírita, em contrapartida, polemiza-se sobre a encarnação última do mestre.

    Muitos preferem nada afirmar, no entanto, levando em conta vários indícios, pessoalmente somos de opinião de que na sua encarnação derradeira o mestre chamou-se Francisco Cândido Xavier (1910-2002).

    É o nosso entendimento sub censura.


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AS VIDAS DE JÚLIO CÉSAR (*)


    Caio Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) foi político sagaz, orador somente superado por Marco Túlio Cícero (seu contemporâneo) e guerreiro vencedor de muitas batalhas, que (fala-se, com ou sem razão), para superar Pompeu (seu ex-genro e grande adversário), guerreou contra os gauleses e praticamente arrasou essa civilização na famosa Guerra da Gália.

    Inúmeros historiadores contam a vida desse homem impressionante, podendo-se citar, por exemplo, o grego Plutarco, em “Alexandre e César – as vidas comparadas dos maiores guerreiros da Antiguidade”, Prestígio Editora, 1998; o italiano Luciano Canfora, em “Júlio César, o Ditador Democrático”, Editora Estação Liberdade, 2002; e  o brasileiro Suetônio Soares Valença, em “César”, Editora Três, 1973.

    Entretanto, quando encontramos em “A Caminho da Luz”, de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier, FEB, 2000, a expressão “política maneirosa de Caio Júlio César” como a única referência ao famoso personagem, vemos que, realmente, o registro mais importante que se fez no mundo espiritual sobre ele é justamente o de mero político cheio de artimanhas.

    É curioso notar que essa é também a impressão que a leitura dos historiadores passa, porque se vê apenas César “comprando” votos, corrompendo pessoas, apropriando-se do patrimônio público, promovendo grandes eventos para ganhar posições de mais relevo e tudo fazendo para agradar a população e seus soldados com a finalidade de chegar à posição que acabou alcançando, de chefe absoluto de Roma.

    Sua biografia é somente uma sucessão de batalhas e manobras políticas escusas.

    Procurando nas obras espíritas alguma coisa sobre César, encontramos uma referência importante na “Revista Espírita”, redigida por Allan Kardec, e, em seu número de dezembro de 1859, localizamos uma mensagem assinada por Júlio César, em que ele afirma ter vivido posteriormente como Luís IX, após uma série de vidas de sofrimento e resgate espiritual.

    Quanto a Luís IX (1214 ou 1215-1270), trata-se do conhecido rei da França que trouxe grandes melhorias para as áreas jurídica e judiciária, promoveu duas Cruzadas, exterminou os albigenses (crentes da região mais ao sul da França que não aceitavam os dogmas católicos), dedicou-se aos pobres e doentes e foi canonizado em 1297 com o nome de São Luís.

    Interessante biografia a seu respeito foi escrita pelo francês Jacques Le Goff, sob o nome de São Luís.

    O antigo gênio da política e da arte militar teria se transformado num religioso?

    Para bem avaliar seu perfil psicológico e sua obra, vale a pena procurar informações no mencionado livro de Emmanuel, que ali diz quanto a muitos “missionários do bem e do amor”, dentre os quais Luís IX: “Muitos deles se deixavam deslumbrar pelas riquezas efêmeras, mergulhando no oceano das vaidades dominadoras, estacionando nos caminhos evolutivos, e outros, como Luís IX, da França, excediam-se no poder e na autoridade, cometendo atos de quase selvageria, cumprindo os seus sagrados deveres espirituais com poucos benefícios e amplos prejuízos gerais para as criaturas.”

    Percebe-se, assim, o guerreiro e político da antigüidade já reconhecido pelo mundo espiritual como um “missionário do bem e do amor”, apesar de traído nas suas próprias forças pela tendência para o autoritarismo e para a intransigência.

    Continuando na procura de informes espíritas sobre Júlio César fomos encontrar no livro “Cartas e Crônicas”, de irmão X, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, uma crônica intitulada “Kardec e Napoleão”, onde o autor espiritual mostra que outra encarnação de Júlio César foi como Napoleão Bonaparte.

    Napoleão Bonaparte (1769-1821), “responsável pela reorganização do povo francês” (na expressão de Emmanuel) (inclusive nos segmentos jurídico e judiciário, por exemplo, com a edição do memorável Código Civil e outros importantes Códigos), guerreiro de rara competência e político ambicioso, acabou se fazendo imperador sob o nome de Napoleão I, da França.

    Incontáveis historiadores e literatos têm falado sobre ele, a maioria com entusiasmo e louvor, tendo até o grande Ludwig van Beethoven lhe dedicado sua maravilhosa Terceira Sinfonia (também conhecida como Heróica), dedicatória essa que anulou ao perceber que  seu herói tinha se transformado num conquistador ambicioso.

    Quanto a ele diz Emmanuel no já multicitado livro: “O humilde soldado corso, destinado a uma grande tarefa na organização social do século XIX, não soube compreender as finalidades da sua grandiosa missão. Bastaram as vitórias de Árcole e de Rívoli, com a paz de Campoformio, em 1797, para que a vaidade e a ambição lhe ensombrassem o pensamento.”

    Poucos anos após sua desencarnação (1857) apresenta-se de novo no cenário mundial o valoroso batalhador agora integrando a equipe que orientou o trabalho de Allan Kardec na implantação da Doutrina Espírita na Terra, em cumprimento à promessa de Jesus Cristo (“Sublime Governador da Terra”, na expressão de Emmanuel), ora assinando Napoleão Bonaparte, ora Júlio César, mas geralmente Luís ou São Luís.

Assim é que se verificam várias atuações suas em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, nas páginas 44, 218, 270, 388, 389, 395 e 399 da IDE, edição de 1974, na tradução de Salvador Gentile. E no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, também de Allan Kardec, nas páginas 68, 94, 95, 141, 142, 186 e 219 igualmente da IDE, edição de 1978, na tradução de Salvador Gentile.

Tivemos a preocupação de analisar a lógica dessa hipótese da sucessão das vidas de Júlio César como São Luís e Napoleão Bonaparte e pensamos: Pode-se (com aparente razão) achar que São Luís realizou uma obra espiritualmente mais relevante que Bonaparte e que suas virtudes eram maiores que as do general e político contemporâneo da Revolução Francesa.

Entretanto, se confrontados os dois personagens através de suas ações, acreditamos que seria justamente o contrário, pois, devido à maior amplitude da missão de Napoleão, acabou ele falindo, por causa do seu ponto fraco, que era a ambição pelo poder absoluto, enquanto que, como Luís IX, por uma série de determinismos, acabou limitado nas suas ações, principalmente porque era rei de um país ainda em formação e que somente bastante tempo depois se tornou uma grande potência. Não teve, portanto, como dar vazão aos seus sonhos imperialistas e viveu limitado a um ambiente primitivo intelectual e materialmente falando.

Outra observação que vale a pena fazer é a seguinte: Não é verdade que somente os espíritos mais evoluídos participaram da equipe de Allan Kardec? – Acreditamos que a resposta correta seja que participaram daquele grupo todos aqueles que teriam sido admitidos como grandes ou pequenos trabalhadores do Progresso, na certa que sendo essa entidade um daqueles bem intencionados, apesar de ainda imperfeito espiritualmente.

Verifica-se também que os assuntos tratados pela referida entidade espiritual não foram de grande profundidade se comparados a outros temas complexos que outras entidades mais evoluídas abordaram e que exigiam ou muita superioridade intelectual ou muita evolução espiritual.

Todavia, em conversa com o prezado Hermínio Corrêa de Miranda, este nos afirmou que tinha chegado à conclusão de que Júlio César teria encarnado anteriormente como Alexandre, rei da Macedônia (356 a.C. – 323 a.C.) e que atualmente é o famoso político russo Mikhail Sergueievitch Gorbatchev (1931-...).

Procuramos referências em obras espíritas, mas não as encontramos.

Restou-nos consultar Divaldo Pereira Franco, o valoroso médium de Joana de Ângelis, que nos remeteu um correio eletrônico onde diz o seguinte:

Abençoado amigo Dr. Luiz Guilherme: Jesus conosco! Sensibilizado pela sua resposta, apresso-me em informá-lo que acredito, sim, na reencarnação de César como São Luiz de França e Napoleão Bonaparte. Igualmente esclareço que as suas existências como Alexandre Magno e Mikhail Gorbatchev, chegaram-me ao conhecimento por informação do Mundo Espiritual, e eu tive ocasião de revelar a alguns amigos. Desejando-lhe muita paz, servidor em Jesus, que o abraça e à família, Divaldo Franco

    À guisa de “moral da história” pudemos concluir que:

1) no livro de Emmanuel a que nos referimos (obra que visa mostrar os lances mais importantes da história da humanidade terrestre), não há nenhuma referência a Alexandre Magno, segundo nosso entendimento isso querendo dizer que, nessa vida, apesar do seu grande destaque como guerreiro e político, os benefícios verdadeiros que trouxe para a humanidade foram inexpressivos.
 
2) Como Júlio César, talvez sua realização mais nefasta tenha sido o quase arrasamento da civilização celta, que existia na França, talvez daí voltando ao solo francês, onze séculos depois, na figura do rei Luís IX, agora para construir uma nação, entretanto, ainda permanecendo ligado psicologicamente a Roma, então através da Igreja Católica, a ponto de exterminar os albigenses, seus patrícios franceses, pelo fato de serem adeptos de uma corrente religiosa diferente da romana.

3) Na personalidade de Napoleão Bonaparte, invadiu a Rússia, causando grande devastação, e, recentemente, como Gorbatchev, chegando à presidência da então União Soviética (em alguns meses de 1991), investiu toda sua energia de grande líder no desmoronamento da estrutura rigorista daquele país, conseguindo a liberdade para as Repúblicas e outros países que viviam sob a ingerência direta ou indireta da temida potência nuclear.

4) Assim, passando sucessivamente pelas personalidades de Alexandre e Caio Júlio César e vivendo como Luís IX e depois como Napoleão I e, por último, como Mikhail Gorbatchev, vê-se que o político e guerreiro frio e ambicioso foi cedendo lugar, aos poucos, ao idealista homem de estado, que entra agora para a história sem os alardes das outras épocas, mas que vai se integrando cada vez mais na equipe dos “missionários do bem e do amor”.

E, para encerrar, podemos dizer que o conhecimento dessas verdades é importante para entendermos as causas e as conseqüências dos fatos humanos e para procurarmos seguir a regra do “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”

(*)    Dedicatória: a Divaldo Pereira Franco, como preito de gratidão pelos seus sacrifícios em prol da difusão da Cultura e da Caridade.


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DECÁLOGO DO JUIZ ESPÍRITA

Primeiro - Reconheça-se filho de Deus, a quem você deve amar com absoluta e irrestrita devoção, como ao seu verdadeiro Pai e a quem deve prestar obediência através do cumprimento de sua Lei de Amor Universal;
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Segundo - Veja em cada ser humano um irmão, filho do mesmo Pai, e em cada ser do mundo animal ou vegetal uma criatura em evolução para os reinos superiores, a quem você deve proteger e amar na qualidade de irmão mais velho e esclarecido, trabalhando pelo progresso tanto das demais pessoas em particular como da coletividade em geral, bem como dos seres inferiores em particular e da Ecologia em geral;
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Terceiro - Lembre-se sempre de que você é um espírito encarnado em evolução, que foi criado como todos os demais, numa forma inferior aos vírus e bactérias e que se destina a um futuro glorioso de evolução infinita, tanto quanto todas as demais criaturas seguem no mesmo rumo, sem nenhum privilégio para quem quer que seja frente à Lei do Pai;
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Quarto -  Tenha em mente que a reencarnação é sempre uma oportunidade para a realização do progresso moral, espiritual e intelectual, com o desenvolvimento das duas simbólicas asas espirituais do Amor e da Sabedoria, não podendo ser encarada como mero estágio turístico no mundo material ou motivo para a busca inconseqüente de posições de destaque;
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Quinto - Saiba que você recebe ajuda espiritual, normalmente de forma imperceptível para você, através de sugestões benévolas de pessoas muitas vezes sem cultura jurídica, através das intuições que você faça por merecer nas suas reflexões bem intencionadas, também durante o sono físico ou por outras formas que seus amigos espirituais conseguirem alcançar sua sensibilidade, razão pela qual você deve levar uma vida de estudo tanto de matérias jurídicas quanto religiosas e filosóficas, trabalho sério e boa conduta pública e privada para facilitar o recebimento da ajuda desses benfeitores invisíveis;
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Sexto - Veja sempre nos processos sob sua análise a dificuldade de irmãos em humanidade que você pode ajudar a se tranqüilizarem através das soluções jurídicas ou, pelo menos, servir de rumo para que eles se adaptem às normas de respeito ao direito dos outros, mas procure sempre conciliar os desavindos e nunca incentivar desavenças ou utilizar a Justiça para humilhar mesmo aqueles que mereçam a reprimenda legal;
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Sétimo - Saiba que muitas vezes seus auxiliares e demais pessoas da sua convivência profissional são antigos companheiros de injustiças praticadas em outras épocas ou vítimas suas de outros tempos, que retornam para reviver o aprendizado, competindo a você ajudá-los de fato e efetivamente para que se graduem intelectual e moralmente, principalmente utilizando os argumentos irrespondíveis da bondade espontânea e da simpatia;
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Oitavo - Tenha na esposa e nos filhos o esteio imprescindível para seu equilíbrio emocional, a fim de que, ao chegar ao ambiente de trabalho, você esteja feliz depois de receber o beijo carinhoso da companheira e o abraço apertado dos seus rebentos amados e assim encare a jornada diária como uma tarefa agradável de fraternidade e oportunidade de realizar boas obras;
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Nono - Nos momentos difíceis socorra-se dos conselhos dos verdadeiros amigos e da família, mas procure sobretudo a segurança em Deus, através da oração confiante e das boas realizações cotidianas, que são a oração mais valiosa, para livrar-se de armadilhas dos mal-intencionados encarnados e desencarnados, que surgem muitas vezes com a aparência sedutora das facilidades e sucessos enganosos;
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Décimo - Em resumo, saiba que você não é um missionário (pois poucos o são), mas um espírito em situação de prova, que sua permanência na cadeira de julgador é temporária e que, se você cumprir sua função sempre com amor às pessoas que passarão pelas suas vistas, sua vida será muito feliz, apesar das dificuldades que naturalmente surgem para todos, e você conquistará a vitória maior, que é a paz da consciência, porta por onde Deus abraça cada um de Seus filhos mais graduados perante Sua Justiça invisível, que não erra uma vez que seja e recompensa em décuplo cada um que merece.


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EMMANUEL E A ABRAME (*)

    Lendo o livro “Há 2000 Anos”, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, interessou-nos, além de dezenas de outras coisas, conhecer a figura de Públio Lêntulo Cornélio, o senador incorruptível e austero a quem Jesus acabou convencendo a tornar-se um de seus discípulos mais leais e grande propagador do Cristianismo a partir de então. (Diga-se de passagem que a família Cornélia, à qual pertencia o senador, foi uma das mais destacadas da história romana.)

    Nesse livro tivemos a oportunidade de ver a menção à encarnação anterior de Emmanuel, na personalidade do cônsul Públio Lentulo Sura, seu bisavô, e contemporâneo de Caio Júlio César, Marco Túlio Cícero e M. Pórcio Catão, além de aliado político do temível Lúcio Catilina, conforme se pode ver em “Guerra Catilinária”, obra memorável do historiador romano Caio Salústio Crispo.

    A personalidade do senador aparece claramente, como a de um homem que se acreditava destinado a governar Roma e que o teria feito se tivesse sido vitoriosa a famosa rebelião de que participou como figura exponencial.

    Esses dois personagens são conhecidos pela História e talvez Emmanuel tenha mencionado essas suas vidas num exemplo de humildade, relacionando suas antigas deficiências, como então homem do mundo, e seu esforço para tornar-se um verdadeiro discípulo do Cristo.

    Entretanto, continuando na esteira do tempo, a encarnação posterior de Emmanuel, após Públio Lentulo Cornélio, é na figura de Nestório, vista no livro “50 Anos Depois”, escrito por Emmanuel e psicografado por Francisco Cândido Xavier. Trata-se de culto judeu grego cristão, que chegou a ouvir, na infância, as pregações de João Evangelista e, já em idade madura, feito escravo, foi levado para Roma, mas, mesmo sendo estrangeiro e, depois de liberto, ocupou cargo de destacado assessor do censor Fábio Cornélio na Prefeitura dos pretorianos na própria cidade de Roma, tendo morrido no circo, como verdadeiro mártir.

    Trata-se Emmanuel de espírito que viveu muitas vidas de trabalho nas áreas jurídica e política.

Para quem pretenda pesquisar sobre as vidas de Emmanuel existe uma lacuna de mais ou menos 13 séculos, sendo Clóvis Tavares um dos poucos que conheceu algumas delas, conforme relata no seu livro “Amor e Sabedoria de Emmanuel”.

    A partir dessa vida como Nestório, somente se conhece aquela em que Emmanuel apresentou-se no cenário do mundo como o padre Manuel da Nóbrega, o primeiro missionário do Cristianismo em terras brasileiras e, ao mesmo tempo, o primeiro jurista que o Brasil conheceu. A seu respeito disse Serafim Leite: “Bom jurista, administrador de energia e clarividência, e homem de Deus” (“História da Companhia de Jesus no Brasil”, Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro, vol. IX).

    A propósito, o entusiasmo pelos méritos do grande missionário cristão, que é Emmanuel, levou-nos a ler os livros escritos pelo padre Manuel da Nóbrega, que são o “Diálogo da Conversão do Gentio” e “Cartas do Brasil”, duas obras primas do “primeiro escritor do Brasil”.

    No livro “Amor e Sabedoria de Emmanuel” (já mencionado) Clóvis Tavares reproduz uma mensagem do espírito Cneio Lúcio, em que este traça um paralelo entre Públio Lentulo e Manuel da Nóbrega, mostrando a evolução realizada por esse valoroso discípulo do Cristo.

    Posteriormente, na figura do padre Damiano, que viveu na Espanha e na França (personagem desconhecida da História, mencionada no livro “Renúncia”, escrito por Emmanuel e psicografado por Francisco Cândido Xavier), Emmanuel já mostra (desculpe-nos o Leitor a ousadia da análise) uma personalidade totalmente diferente do antigo senador romano, pois preocupado única e exclusivamente com sua missão espiritual e desvinculado das disputas materiais.

    E, por ocasião da missão terrena de Allan Kardec, no séc. XIX, aparece Emmanuel como um dos seus orientadores espirituais, agora já utilizando esse pseudônimo (v. a mensagem “O Egoísmo”, em “O Evangelho Segundo O Espiritismo”, Capítulo XI).

No livro “O Consolador”, sempre através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, Emmanuel respondendo à questão nº 361, fala coisas importantíssimas que se aplicam a nós, juízes, como esta: “...há no mundo um conceito soberano de “força” para todas as criaturas que se encontram nos embates espirituais para a obtenção dos títulos de progresso. Essa “força” viverá entre os homens até que as almas humanas se compenetrem da necessidade do reino de Jesus em seu coração, trabalhando por sua realização plena. Os homens do poder temporal, com exceções, muitas vezes aceitam somente os postulados que a “força” sanciona ou os princípios com que a mesma concorda. Enceguecidos temporariamente pelos véus da vaidade e da fantasia, que a “força” lhes proporciona, faz-se mister deixá-los em liberdade nas suas experiências. Dia virá em que brilharão na Terra os eternos direitos da verdade e do bem, anulando essa “força” transitória.”

    É sabido que Emmanuel é um dos responsáveis perante o Cristo pelos progressos da Doutrina  Espírita no Brasil.

    A propósito lembramo-nos de que, quando o prezado Weimar Muniz de Oliveira falou-nos pela primeira vez na ABRAME, dissemos-lhe da nossa crença de que Emmanuel estivesse congregando os juízes espíritas para comporem essa importante entidade, com o que concordou o ilustre colega, presidente da FEEGO.

    E assim, estando a ABRAME em franco progresso, ficamos a pensar que algo deva ser dito quanto ao luminoso ex-colega, que agora vive apenas para os afazeres espirituais, para demonstrarmos gratidão por tudo o que tem nos ensinado através de seus livros maravilhosos. E ficamos na esperança de, também como aconteceu com ele, nos desvincularmos da “força” e passarmos a integrar, de corpo e alma, as falanges dos trabalhadores do Cristo, para nossa própria felicidade.

    E, na ABRAME, acreditamos encontrar uma entidade típica da grande transformação do planeta em “mundo de regeneração”, principalmente pelo fato de estar sob o comando espiritual de Emmanuel.   
 
(*) Dedicatória: aos colegas da ABRAME – Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas.


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PAULO DE TARSO E SUNDAR SINGH


    Paulo nasceu entre 5 e 15 na cidade de Tarso, na Cilícia, e faleceu entre 65 e 67 em Roma (Le Petit Larousse Illustré, 1997).

    Sua vida e realizações são muito conhecidas pelos cristãos em geral através das narrações dos Atos dos Apóstolos e pelas suas famosas Epístolas, e, pelos espíritas em particular, através do livro de Emmanuel, ditado através de Francisco Cândido Xavier, intitulado Paulo e Estêvão, editado pela Federação Espírita Brasileira.

    Paulo ficou conhecido como o apóstolo dos gentios por ter levado a doutrina cristã aos povos pagãos.

    Pois bem, há algum tempo atrás, lendo sobre Lev Tolstoi, o famoso literato e filósofo russo (1828-1910), pensei em consultar Divaldo Pereira Franco, através da Internet, sobre se o grande Tolstoi teria sido uma reencarnação de Paulo de Tarso.

    Remetida minha mensagem, o prezado médium respondeu-me nestes termos: Não creio que o Apóstolo das gentes haja retornado. Nada obstante, há uma personagem histórica, no século vinte que poderia haver sido ele. Trata-se do Sadu Sundar Sing, conhecido como o Apóstolo dos pés sangrentos, que foi o cristão que revolucionou a Índia, Paquistão, Nepal... Caso o amigo esteja interessado em conhecer-lhe a biografia, favor procurar o livro em uma livraria protestante sob o nome O APÓSTOLO DOS PÉS SANGRENTOS, de Boanerges Ribeiro. É fascinante!

    Adquiri o livro, editado pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus, edição de 2000, e, como garantido por Divaldo Franco, achei-o realmente fascinante.

    Não tendo encontrado mais nada em português sobre Sundar Singh, procurei na Internet e encontrei no endereço http://www.livres-mystiques.com/partieTEXTES/Textes/index.html seis obras escritas por Sundar Singh e três escritas por terceiros (todos esses textos traduzidos para o francês) e três outros livros em inglês.

    Depois de ler todos os escritos em francês (que são os seguintes: A - obras escritas por terceiros: 1 - Le Sadhou - par Streeter et Appasamy - Étude de Mysticisme et de religion pratique. 2 - Biographie par Mme A. Parker. 3 -  Biographie par Alice Van Berchem. B - obras escritas pelo sadu: 1 -  Par Christ et pour Christ. 2 -  Méditations sur différents aspects de la vie spirituelle. 3 - Religion et réalité (Brèves méditations sur Dieu, l'homme et la nature). 4 - Discours et conférences du Sadhou. 5 - Aux pieds du Maître. 6 - Visions du monde spirituel.), fiquei pensando sobre a melhor utilização a dar para essa massa luminosa de conhecimentos transmitidos pelo abençoado missionário.

    Verifiquei que esses nove livros publicados na Internet realmente são impressionantes (que li como se estivesse num mundo diferente do nosso), no entanto um deles me pareceu ser o melhor demonstrativo da elevada hierarquia do sadu, que se chama Aux Pieds du Maître (em português: Aos Pés do Mestre), e que é a reprodução de um dos muitos diálogos que o apóstolo manteve com Jesus. Essa obra é uma das mais cativantes que pude ler até hoje e merecia uma tradução para a língua portuguesa, ao lado das demais obras mencionadas acima.

    Infelizmente, no Brasil a única obra que se tem sobre Sundar Singh é a de Boanerges Ribeiro, o que faz com que o valoroso missionário seja absolutamente desconhecido do Leitor espírita, que, no final das contas, muito deixa de aprender no contato com as lições incomparáveis desse grande divulgador do Cristo no século XX.

    Impressionou-me tanto a profundidade das lições deixadas por Sundar Singh que, tendo pensado inicialmente em traduzir para o português seus textos (principalmente Aux Pieds du Maître), no final dessas leituras senti-me tão diminuto para entender a profundidade e a amplitude da sua missão, que preferi simplesmente dar meu testemunho, que faço aqui, através deste artículo, ao invés de afrontar sequer a tarefa de tradutor.

    Desejo a todos bom aproveitamento das leituras que fizerem dessas obras que nos aproximam de Deus, nosso Pai e Amigo.


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PORQUE NÃO SE CRIA O "DIREITO ESPÍRITA"


    Desde que ingressei na área jurídica passei a ler as obras espíritas procurando observar como os autores espíritas, e principalmente espirituais, encaravam os temas jurídicos.

    E agora, fazendo uma retrospectiva bem resumida, posso me lembrar de alguns dos nomes que mais tratam do Direito, como Allan Kardec, Emmanuel, André Luiz, Pietro Ubaldi e Camilo.

    Todos eles falam de questões jurídicas sem apresentar um "sistema jurídico" ou qualquer coisa que poderia futuramente em tal transformar-se. Fazem apenas observações esparsas e nada mais.

    Sempre me indaguei sobre o porquê desse "desinteresse", uma vez que esses autores poderiam muito bem trazer para a ciência do Direito subsídios valiosíssimos, baseados nas realidades da ciência jurídica espiritual.

    Entretanto, mais recentemente, depois de verificar a falência dos vários segmentos do Direito religioso terreno, passei a achar que a explicação para o "desinteresse" estava clara.

    Foi assim que, estudando sobre o Direito hindu, baseado nos dharmashastras, vi a consagração do sistema de castas na Índia, com a divisão da coletividade hinduísta em castas e subcastas, estando a separatividade transformada em forma de humilhar os semelhantes, membros das castas e subcastas menos graduadas, principalmente com a marginalização dos párias.

    Seguindo na esteira da História mundial, em época mais recente, surge no cenário do Direito religioso o Direito canônico, aparentemente inspirado em Paulo de Tarso, que aconselhava os cristãos em litígio a procurarem solução junto a outros cristãos mais sábios e nunca perante a Justiça comum. Esse Direito gerou o infeliz Tribunal da Santa Inquisição, que condenou à morte aqueles que divergiam da cartilha cristã romana.

    Posteriormente, o Direito muçulmano, baseado na pregação de Maomé, seguiu pela linha da intransigência e do separatismo, além de servir de instrumento para a marginalização das mulheres.

    Dessa forma, conhecendo essas três experiências falidas, que até hoje vitimam um número incontável de pessoas em vários países que as adotam, não se poderia crer que orientadores lúcidos, como Allan Kardec e outros, saíssem a apregoar um novo Direito religioso, ou seja, um "Direito espírita".

    Concluo que o que podemos fazer é continuar procurando nas poucas referências dos autores espíritas um ou outro dado que possa ser aproveitado para fazer luz sobre o Direito terreno, para gradativamente transformá-lo de ciência materialista em brilhante ramo do conhecimento, banhado pelo facho luminoso das lições do Cristo com as atualizações trazidas por Allan Kardec e seus colaboradores.


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JUÍZES, RÉUS E JULGAMENTOS
   
Quando algum operador do Direito estuda a Doutrina Espírita é natural que procure aí informações sobre o funcionamento da Justiça Divina no mundo espiritual.
 
Habituado a leis, jurisprudência, julgamentos, controvérsias jurídicas (“o uso do cachimbo faz a boca torta”), sente-se em casa onde encontra assuntos dessa natureza.
Mas, afinal, o que os livros espíritas mostram sobre esses temas? Comecemos pelo começo, ou seja, O Livro dos Espíritos, que, no Capítulo XI, trata da “Lei da Justiça, de Amor e de Caridade”, através das perguntas e respectivas respostas de números 873 a 892. (não casual, na certa, o estudo do Amor e da Caridade ao lado da Justiça).
 
No entanto, sendo um dos livros que funciona como base da Doutrina, como se fosse uma “constituição” (ou melhor, uma delas), certamente, não esgota os assuntos, mas só lhes traça noções gerais.

Em outras obras, entretanto, vamos encontrar as referências que procuramos, observando-se que todas elas psicografadas por Francisco Cândido Xavier, um dos grandes responsáveis pela continuidade da 3ª Revelação:

1- “Há 2000 Anos...”, de autoria de Emmanuel, relata, nas páginas 24 a 25, seu próprio julgamento antes da vida que teve como Públio Lentulus Cornélio, presidido esse julgamento por entidades de alto gabarito do mundo espiritual;

2- “Libertação”, de André Luiz, mostra, nas páginas 65 a 78, o trabalho de um tribunal localizado em zona purgatorial, onde atuam juizes cruéis, voltados para a opressão a pretexto de fazer justiça;

3- “Evolução em Dois Mundos”, também de André Luiz, em que o autor afirma, nas páginas 175 a 176, que existem tribunais no mundo espiritual, garantindo que, em numerosos casos, os acusados são julgados por jurados (não leigos, mas conhecedores do Direito e outras ciências sociais). Esclarece que quanto mais adiantados são os réus em inteligência e moralidade, mais complexos os julgamentos, inclusive porque esses réus pedem a própria condenação para se ressarcirem frente à consciência em desalinho.

Quanto a nós, operadores do Direito aqui no mundo material, vem a propósito o alerta feito a um juiz ainda encarnado pelo orientador Gúbio, conforme relatado em “Libertação” (obra acima mencionada), mostrando a responsabilidade de quem julga.

Deve-se esclarecer que o objetivo deste artigo é meramente relacionar as fontes de pesquisa possíveis, entre as quais deve ser incluída “A Grande Síntese”, obra magistral de Pietro Ubaldi, cognominada “o Evangelho da Ciência”, onde se dizem coisas sábias como, por exemplo: “à proporção que o juiz evolui, torna-se digno de conquistar o direito de julgar”.

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O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

   
    Para os crentes das religiões não-cristãs, elas que congregam o maior número de adeptos (haja vista a massa imensa de hinduístas, budistas e muçulmanos), Jesus Cristo é geralmente desconhecido, ou seria, no máximo, um Iluminado, no entanto, menos importante que os Luminares que despontaram nessas religiões.

    No entendimento dos cristãos em geral, o Divino Mestre é a expressão mais elevada da Verdade na Terra.

    E, para nós, espíritas, o Cristo é o Sublime Governador da Terra; o Espírito encarregado da evolução de todos os seres do nosso planeta; o Único, de todos os seres mais evoluídos que passaram pelo nosso planeta,  que seguiu, desde o começo da evolução, o caminho da estrita obediência ao Pai e, não só pela sua idade incalculável para nós, como pelo fato dessa trajetória retilínea, enfeixa em Suas mãos impolutas poderes grandiosos a Ele outorgados pela confiança irrestrita do Pai.

    Nas nossas reflexões de principiante nos assuntos religiosos, soa estranho que o número de cristãos atinja menos da metade da humanidade e, dentre esses, que os espíritas sejam em quantidade inexpressiva, praticamente concentrados no Brasil e com uma representação mínima em apenas alguns outros países.

    Também pensamos que, apesar de ser recente a mensagem cristã (trazida ao planeta há apenas 2.000 anos, enquanto que outras religiões são mais antigas, como por exemplo, o Hinduísmo e o Budismo), esse estado de coisas retrata o atraso da nossa humanidade, pois significa que o próprio Sublime Governador da comunidade terrena sequer é conhecido pela maioria ou por ela reconhecido como tal.

    Quanto ao Espiritismo (que é o Consolador prometido por Jesus Cristo, aquele que viria para reavivar a Verdade e esclarecer os pontos obscuros), (mesmo reconhecendo-se que foi inaugurado recentemente, ou seja, com a publicação de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em 1857), o fato de ser admitido por pouquíssimas pessoas (considerado o total da humanidade), essa sua restrita aceitação também mostra como a nossa humanidade vive desatenta aos esforços do Amado Mestre quanto à Verdade que Ele vem canalizando para o nosso mundo.

    Mesmo tendo Jesus Cristo afirmado ser o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém irá ao Pai a não ser através dEle (João 14:6), Ele ainda não representa para a maioria dos habitantes do nosso mundo o que Ele realmente é: o único Mestre em condições de ensinar a trilha segura para Deus; Aquele que ensinou a Religião mais próxima das Leis de Deus para o nível do nosso mundo; e Aquele que mostrou a única forma de vivência que verdadeiramente conduz à felicidade.

    Sabemos que todos os movimentos evolutivos do nosso mundo sempre estiveram sob o comando seguro do Governador Perfeito, que capitaneia uma legião imensa de valorosos servidores de vários níveis nas várias frentes de trabalho.

    Valorizar esses servidores é demonstrar reconhecimento e gratidão pelos seus esforços e sacrifícios realizados em benefício de todos nós, entretanto, a figura do Cordeiro é que deve centralizar nossas orações e pensamentos gratulatórios.

    Conhecer a biografia e as realizações dos heróis da Verdade é importante, como modelos que devemos adotar para nossa vida e como incentivo para as gerações futuras, mas somos levados a reconhecer que nenhuma biografia e nenhuma Verdade são tão importantes quanto a de Jesus Cristo, que nos compete ler, meditar e procurar inserir no imo de nosso coração e do nosso entendimento.

    Dentre as inúmeras biografias de Jesus que foram escritas, umas mais e outras menos verdadeiras, chamamos a atenção para três, de autoria de Amélia Rodrigues, psicografadas por Divaldo Pereira Franco, intituladas Primícias do Reino, Dias Venturosos e ... até o Fim dos Tempos.

    Esses três livros são daqueles que, lidos com o coração receptivo e a mente aberta à revelação da Verdade, mostram-nos Jesus na magnitude do Seu Amor e da Sua Sabedoria, para ser conhecido e imitado no nosso cotidiano.

    Afinal, conhecer Jesus e Suas Lições é tomar ciência das Leis de Deus, sintetizadas no preceito do amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

    Podemos ter certeza de que nenhum conhecimento é mais importante do que esse, pois a felicidade das criaturas, a solução dos problemas, o progresso das instituições e da cultura, o futuro da humanidade, tudo, em resumo, deflui do conhecimento e da aplicação dessas Verdades Eternas, enquanto que todos os nossos erros e desacertos são conseqüência da sua não-aplicação.


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